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Conceitualmente a inflação corresponde, de forma sucinta, ao aumento generalizado de preços, reduzindo o poder de compra das pessoas.
A inflação mais conhecida é a por demanda, gerada por uma grande quantidade de pessoas comprando, em número geralmente maior que a capacidade de crescimento produtivo. Quando a demanda é maior que a oferta, geralmente os preços sobem.
Além da inflação por demanda, existem vários outros tipos como a inflação por oferta que ocorre especialmente pela retração de ofertas. Com poucos produtos no mercado, quem os tiver, geralmente aumenta os preços.
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A inflação inercial é causada pela expectativa de aumento de preços. Ainda que não haja movimentação de oferta e procura, os preços podem se majorados por um pequeno aumento de preço de uma empresa específica dentro da cadeia produtiva. Se um aumentou, os outros também aumentam, por inércia.
A inflação por custo parece ser o pesadelo do Brasil dos últimos anos, ocorre quando aumentam salários ou contas básicas como energia elétrica, água e combustível.
Com a falta de chuvas, os reservatórios foram se esvaziando e não paramos de consumir água, assim, para a geração de energia foram acionadas as usinas termoelétricas, mais caras que as conhecidas hidrelétricas. Com custos mais altos, as indústrias tiveram que reajustar seus preços.
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Como basicamente o transporte no país é rodoviário, com o aumento do preço do combustível, os fretes ficam mais caros, encarecendo os produtos e serviços que consumimos.
Existem outros tipos de inflação na teoria econômica, mas os mais conhecidos foram os citados.
Uma forma de medir a inflação é por meio de índices e o índice de inflação oficial adotado no Brasil, que serve como referência para o sistema de metas de inflação, que por sua vez, conduz a política monetária nacional, é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
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O IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes basicamente nas áreas urbanas das regiões metropolitanas. Considera os gastos com alimentação, transporte, habitação, saúde, despesas pessoais, vestuário, comunicação, artigos de residência e educação.
Outros índices também são conhecidos como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, que abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 5 salários-mínimos, cuja pessoa de referência é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões metropolitanas e o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, muito utilizado nos contratos de imóveis por considerar em sua métrica o Índice Nacional de Custo de Construção – INCC.
O percentual acumulado do IPCA em 2015 foi de 10,67%, o INPC acumulou 11,28% e o IGP-M, 10,54%. De forma geral, é possível dizer que os indicadores nacionais subiram pelo menos 10,5%, mas será que correspondem à nossa realidade?
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Para sanar a dúvida, anotei os valores que gastei com energia elétrica, água, combustível e educação em janeiro de 2015 e janeiro de 2016.
Paguei R$0,44 por kWh em 2015 e R$0,67 em 2016, um aumento de 50%. A água custou R$3,66 o metro cúbico em 2015 e R$4,36 em 2016, ou seja, aumento de 19%. A gasolina, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, era R$2,94 o litro em 2015 e está R$3,59 em 2016, aumento de 22%. A educação não foi diferente, aumento de 30%.
Tomando por base as minhas contas pessoais, minha inflação média foi 30%, ou seja, quase três vezes a inflação medida pelos índices.
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Infelizmente o aumento salarial não chegou nem perto dos 10% e não podemos reclamar, pois, com o aumento dos custos e redução das receitas, as empresas precisaram demitir e este é um dos motivos do crescimento da taxa de desemprego no país.
Concluí que a minha inflação é bem diferente daquela medida pelo IBGE e FGV. E a sua?