“The Big Short” é o filme sobre mercado que “O Lobo de Wall Street” não foi

Novo filme sobre o mercado financeiro trata da crise de 2008 de forma bem humorada, mas sem deixar a história real de lado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em 2013, a expectativa para o lançamento de “O Lobo de Wall Street” aumentava conforme se aproximava sua estreia. Talvez não muito por causa do tema em si, mas pelo grande elenco liderado por Leonardo DiCaprio (que até merecia o Oscar, mas acabou perdendo para a incrível atuação de Matthew McConaughey). Para nós de mercados foi uma grande expectativa em poder ver um pouco deste mundo das Bolsas retratado na telona.

O filme é sensacional, não há como negar. Mas para quem esperava uma amostra do mundo corporativo e desafiador do mercado de ações, acabou ficando desapontado, já que esse acabou sendo apenas o pano de fundo para a loucura que foi a vida de Jordan Belfort. Mas agora os entusiastas deste universo finalmente poderão ver o mercado no cinema, da forma mais cruel (e por incrível que pareça, engraçada) que ele pode ser.

Isto porque chega na próxima quinta-feira (14) aos cinemas brasileiros a adaptação do livro “The Big Short” (“A Grande Aposta”, no título nacional) – escrito por Michael Lewis, de “Moneyball” e “Um Sonho Possível” – que retrata um grupo de investidores que “apostou” contra os bancos em 2008 e conseguiu ganhar muito dinheiro com o estouro da crise financeira.

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Para quem não conhece os termos de mercado, a expressão “ficar short” significa (e é o termo usado nas legendas do filme) operar vendido em determinado ativo. E é essa a trama central do longa, já que os personagens acabaram criando um derivativo para investirem contra os bancos, ou seja, operar vendido para apostar que os bancos iriam cair. Tudo isso enquanto todos viam estas instituições ganhando cada vez mais dinheiro com o mercado imobiliário.

São dois pontos que tornam “A Grande Aposta” um filme essencial, não só para quem acompanha o mercado financeiro. O primeiro é a forma como ele aborda o período em que a crise foi surgindo até o seu ápice. Iniciando a história alguns anos antes do fátidico 2008, o longa consegue registrar e explicar para quem não sabe o que foi este período de forma muito didática, sem deixar de usar os termos que realmente são usados no mercado, mas ajudando os leigos a entender o que isso significa.

A quantidade de informações pode até ser muita, mas o roteiro trabalha de forma exemplar a maneira como apresenta a visão “do mercado”, que acreditava que os bancos iriam lucrar cada vez mais, ao mesmo tempo que alguns investidores (os protagonistas do filme) começavam a ver os sinais de que o caminho seria exatamente o oposto.

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É rir para não chorar
O segundo fator que torna “A Grande Aposta” um filme imperdível é a mistura de excelentes atuações (consagradas por indicações a diversos prêmios, incluindo o Globo de Ouro) com o tom leve como o diretor Adam McKay trata um dos maiores dramas globais recentes. Com um time que reúne astros como Ryan Gosling, Christian Bale, Brad Pitt e Steve Carell, acaba sendo muito mais fácil acompanhar esta complexa história.

Algumas publicações americanas até “se sentiram culpadas” por rirem do filme sendo que a história que ele conta levou praticamente todo o mundo a uma crise econômica, além de tirar o emprego de milhões de pessoas e falir grandes instituições, com o caso mais conhecido envolvendo o Lehman Brothers.

É complicado comparar “The Big Short” com “O Lobo de Wall Street”, mas para os amantes do mercado, que investem e acompanham as histórias que este universo sempre tem para contar, este novo filme consegue ser muito mais interessantes, porque conta a história da crise usando um grupo de personagens e não o contrário, como fez Martin Scorsese em 2013.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.