Um jogo de palavras. Foi assim que os credores da Light classificaram a petição encaminhada pela Light S.A. à Justiça, para que a Light Energia seja retirada do processo de Recuperação Judicial. Na petição, que foi anexada aos autos nesta segunda-feira (2), a companhia diz que seu braço de geração de energia pode sair da RJ caso haja avanço no processo de negociação de suas dÃvidas junto a credores.
O advogado Carlos Victor Ximenes, do Castro Barros Advogados, observa que a petição se refere exclusivamente à  Light Energia, que é uma empresa saudável, e não à Light SESA, subsidiária de distribuição de energia, que tem uma dÃvida de cerca de R$ 11 bilhões.
Para comunicar ao mercado sobre sua decisão, a Light divulgou um fato relevante, em que afirma que enviou à Justiça petição para “a remoção da relação jurÃdico-processual no âmbito da Recuperação Judicial” de sua geradora. Mas que isso depende da “conclusão satisfatória das referidas negociações extrajudiciais com seus credores e demais stakeholders, a ser oportunamente informada ao JuÃzo da RJ”.
Na prática, o que a Light fez foi comunicar ao juiz o que á é de conhecimento público: há negociações com credores em curso e, quando elas forem concluÃdas, a Light Energia poderá ser retirada do processo de RJ. A questão é que representantes dos credores da Light SESA – a joia da coroa da companhia e onde se concentram os principais problemas – afirmam que as negociações pouco evoluÃram até aqui. E que essa manifestação ao juiz não deve ter, portanto, efeitos práticos. “à mais um factoide”, afirma um dos interlocutores ouvido pelo IM Business, em condição de anonimato.
Há um mês, a empresa já havia divulgado um plano de encerramento do processo de RJ, também condicionado a um acordo de reestruturação da dÃvida, estimada em cerca de R$ 11 bilhões. Entretanto, segundo interlocutores, ainda não houve progressos consistente nesse entendimento.