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Conclusão de novo trecho e aumento da demanda por etanol impulsionam a Logum

Volume transportado pelos dutos da empresa deverá crescer 30% em 2023   

Fernando Lopes

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A conclusão de um trecho de 128 quilômetros que atende os polos paulistas de distribuição de combustíveis de Guarulhos, São Caetano do Sul e São José dos Campos, aliada à reação das vendas de etanol no Centro-Sul do país, deverá levar o volume do biocombustível transportado pelos dutos da Logum a alcançar 4,4 milhões de metros cúbicos em 2023, 1 milhão a mais que no ano anterior, ou quase 30%. Com isso, o faturamento bruto da empresa deverá subir de R$ 364,6 milhões, em 2022, para cerca de R$ 510 milhões este ano.

Criada em 2011 e controlada por Copersucar, Raízen, Petrobras e Uniduto, a Logum construiu e opera um sistema logístico de transporte de etanol que envolve dutos, rodovias e cabotagem. A primeira fase do projeto entrou em operação em 2013, após a inauguração de um terminal que passou a permitir o envio de etanol de Ribeirão Preto a Paulinia, também em São Paulo, por um poliduto de 207 quilômetros. Em 2015, teve início a segunda fase, com o início do fluxo em um trecho de 143 quilômetros entre a mineira Uberaba e Ribeirão Preto.

Com o término da última fase prevista no projeto, em julho, a capacidade de transporte dos dutos (1.114 quilômetros no total, incluindo os subcontratados) já chegou a 6 milhões de metros cúbicos por ano. Nos próximos 12 a 18 meses, a capacidade ainda será elevada para 9 milhões de metros cúbicos, como prometido, a partir de investimentos de R$ 220 milhões na otimização das operações – o montante faz parte do aporte total da ordem de R$ 3 bilhões aplicado no projeto, que contou com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Do início da safra atual (2023/24), em abril, até meados de outubro, as vendas de etanol (hidratado e anidro) das usinas do Centro-Sul alcançaram 16,6 bilhões de litros, um aumento de 2,9% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

Segundo Leandro Almeida, presidente da Logum, levar os dutos até o porto de Santos, como estava no projeto inicial, ainda está em análise, e uma decisão definitiva dependerá do movimento pela saída portuária de Ilha D’Água, no Rio de Janeiro, por onde atualmente são escoados os volumes destinados à cabotagem e ao mercado externo. Por cabotagem, o etanol chega às regiões Norte e Nordeste do país, num volume previsto em 400 mil metros cúbicos em 2023. A Logum também tem a intenção de expandir sua malha de captura de etanol no Centro-Oeste, para aproveitar a crescente produção do biocombustível feito de milho na região.

Leandro Almeida, presidente da Logum (foto: Divulgação)

“A nova temporada da Logum já está sendo escrita”, afirmou Almeida ao IM Business.O transporte do etanol pelos dutos da empresa tem um custo cerca de 10% inferior ao do modal rodoviário, em média. E apresenta uma vantagem ambiental nada desprezível. De acordo com dados da empresa, o volume transportado em 2022 teria exigido viagens de 68 mil caminhões. De 2013 a 2030, serão 1,2 milhão de viagens de caminhão a menos, o que evitará a emissão de 1,4 milhão de toneladas de gases de efeito estufa.

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Com esse “trunfo” na mão, a Lgum está em processo de certificação de redução de emissões de GEE pelo padrão Verra (Verified Carbon Standard).

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Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023.