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Brasil é celeiro de empresas em situação complexa, foco do Mubadala, diz diretor-executivo no país

Sucessão de crises de grandes empresas no país é boa para pipeline do Mubadala, já que negócios complexos são menos disputados, segundo Sergio Carneiro

Estadão Conteúdo

Unidade Eldorado, da Atvos, em Rio Brilhante (MS) (Divulgação)
Unidade Eldorado, da Atvos, em Rio Brilhante (MS) (Divulgação)

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O diretor-executivo da subsidiária do Mubadala Capital no Brasil, Sergio Carneiro, afirmou que o País foi um celeiro de casos complexos em grandes empresas nos últimos anos. O fundo soberano de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, acaba de captar mais de US$ 710 milhões (R$ 3,6 bilhões) para investir em empresas brasileiras pesos-pesados e que enfrentam algum tipo de dificuldade.

“A gente vem bem ativo… Infelizmente, o Brasil tem gerado situações complexas em empresas grandes, mas isso é bom para o nosso pipeline“, disse Carneiro, em palestra, durante o evento MBA Brasil, organizado por estudantes brasileiros em Chicago, nos Estados Unidos.

Segundo ele, o foco do Mubadala é exatamente negócios complexos. O fundo busca oportunidades com “grande desafio negocial” e que estejam necessitando de um “cheque grande”.

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Esses negócios, afirmou, são menos disputados e, com isso, o fundo tem mais poder de barganha em negociar e arrematar o ativo.

Um desses casos foi a compra do controle da sucroalcooleira Atvos, a antiga Odebrecht Agroindustrial, neste ano. Conforme Carneiro, ele negocia o ativo desde que chegou à subsidiária do fundo de Abu Dhabi no Brasil, em 2019.

“Foram três anos e meio de negociação, mas foi a quinta maior recuperação judicial da história do País. A gente está trazendo uma solução para ela, foi desafiador chegar e fechar todas as contas, mas deu certo”, avaliou o gestor.

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O Mubadala tem sido um dos investidores estrangeiros com mais atividade no Brasil. Além da Atvos, o fundo comprou o controle da rede de academias Bluefit e também elevou sua participação na dona do Burger King neste ano.

Para Carneiro, o cenário mais desafiador, de alta de juros, acelerou a urgência e necessidade de reestruturação de alguns negócios complexos. Por outro lado, é propício para investir, na sua visão.

Quanto aos desafios no Brasil, ele disse que o tempo gasto na negociação permite ao fundo se proteger da volatilidade local. “Chegar com as pontas amarradas vale a pena independentemente do cenário macro. Criamos um certo colchão de valor, de amortecimento para os desafios de volatilidade macro do Brasil”, disse.

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