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Sobre a isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50, tema que tem gerado muito descontentamento, especialmente entre varejistas do setor de vestuário, Flavio Rocha afirmou que o ministro Fernando Haddad reiterou, em encontro realizado com CEOs do setor no último mês, que vai criar o primeiro degrau tarifário. “Mas o ano […]

Lucinda Pinto

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Sobre a isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50, tema que tem gerado muito descontentamento, especialmente entre varejistas do setor de vestuário, Flavio Rocha afirmou que o ministro Fernando Haddad reiterou, em encontro realizado com CEOs do setor no último mês, que vai criar o primeiro degrau tarifário. “Mas o ano está acabando e ainda não aconteceu”, observa.

“O bom funcionamento da economia livre pressupõe equidade competitiva. Ninguém está se opondo à globalização do varejo, às plataformas. Isso veio para ficar, mas nós temos total condição de ganhar – temos enraizamento local, lojas físicas, conhecimento do crédito”, afirma. Segundo ele, a Riachuelo está crescendo a dois dígitos no pior momento competitivo vivido pelo setor. “Mas realmente, nas décadas em que acompanho esse assunto, eu nunca vi uma barbeiragem tributária como essa”, diz.

Para o empresário, é perceptível que o tema está sendo tratado como uma oportunidade eleitoral. “De um lado, tem um contingente de 60, 80 milhões de pessoas que estão fazendo compras online, fascinadas pela experiência evidentemente prazerosa de comprar uma blusinha com zero custo Brasil. De outro, 3 milhões de empregos que o setor têxtil gera e que estão sob ameaça. Parece ser melhor ficar do lado do cliente da Shein do que das costureiras que vão perder o emprego”, define.

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Rocha afirma que a competição do produtos importados da Ásia é um dos ingredientes da tempestade perfeita que castigou o setor em 2023, juntamente com juros altos e inadimplência crescente. “Mas o quarto trimestre está sendo maravilhoso, mesmo nesse inferno astral, então para 2024 só pode melhorar”, diz. O risco, afirma, é que a política fiscal retire o espaço para o alívio monetário. “Se houver um mínimo de responsabilidade fiscal, o juro vai cair no ano que vem, mas cada vez que se fala de dar uma canelada do arcabouço fiscal recém criado, isso fica ameaçado”, conclui.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.