Elétrica dispara 6%, Petrobras sobe 4% e 2 small caps ‘apagam’ parte da euforia de 150%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Ações voltadas à exportação dispararam nesta sessão, sentindo o alívio da alta do dólar frente ao real, após longas quedas na Bolsa. Chamou atenção nesta segunda-feira (8) também os papéis da JBS, que reagiram positivamente ao processo de reestruturação global da companhia, além de outros papéis ligados a commodities, como Petrobras e Vale, subiram forte nesta sessão puxados pelos movimentos do petróleo e minério de ferro. 

Do outro lado, as siderúrgicas, que foram os destaques de alta da semana passada, corrigiram forte hoje e aparecem entre as maiores quedas do Ibovespa. Mas para o trader profissional Wagner Caetano, diretor da Top Traders, isso não é motivo para pessimismo. A correção no papel abre oportunidade para compra, disse durante a edição desta segunda-feira do programa Na Mira do Trader, na InfoMoneyTV (confira a íntegra do programa clicando aqui). 

Entre as baixas destaque também para a BB Seguridade, que caiu pressionada por corte nas projeções apesar do bom balanço reportado no segundo trimestre. Fora do índice, a small cap Fertilizantes Heringer foi duramente penalizada por resultado hoje, vendo sua ação cair até 15,67% na mínima do dia, indo a R$ 2,53. 

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,75, +3,70%; PETR4, R$ 11,91, +2,23%)
As ações da Petrobras subiram forte, após dois bancos elevarem sua recomendação e na esteira dos dos preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, o contrato futuro do Brent subiu 2,08%, a US$ 45,19 o barril, enquanto o WTI avançou 2,58%, a US$ 42,88 o barril. 

O Santander elevou hoje sua recomendação para a estatal de manutenção para compra, com um preço-alvo de US$ 10 para 2017 para cada ADR (American Depositary Receipt) (veja mais sobre o relatório clicando aqui). Além dele, o Bradesco BBI também revisou a recomendação da Petrobras para cima, agora em outperform (desempenho acima da média).

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“A recente venda da sua participação no bloco pré-sal Carcará foi uma mudança de paradigma, a nosso ver, mostrando que a “nova” administração tem a maior compromisso com a venda de ativos. Assim, nós acreditamos agora que, no âmbito micro e macro, a Petrobras está se movendo em uma direção positiva. Nossa análise do cenário apoia a crença do resultado do alinhamento desses fatores”, afirmam os analistas do Santander.

Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas corrigiram euforia da semana passada e encerraram entre as maiores perdas do Ibovespa nesta sessão, com Gerdau (GGBR4, R$ 8,15, -4,90%), Usiminas (USIM5, R$ 3,68, -4,66%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,92, -4,58%) e CSN (CSNA3, R$ 10,67, -3,18%). Mas para o trader profissional Wagner Caetano, diretor da Top Traders, isso não é motivo para pessimismo. A correção no papel abre oportunidade para compra, disse durante a edição desta segunda-feira do programa Na Mira do Trader, na InfoMoneyTV (confira a íntegra do programa clicando aqui). 

JBS (JBSS3, R$ 11,31, +2,45%)
A JBS perdeu um pouco de força após subir 5,98% na máxima do dia, a R$ 11,70, em meio à alta do dólar e o processo de reestruturação global da companhia. A empresa informou na sexta-feira que protocolou na SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM dos Estados Unidos) o pedido para listar a JBS Foods International Designated Activity Company (JBSFI). Segundo o BTG Pactual, esse é o primeiro passo para completar a reestruturação global da companhia.

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A ideia será segregar todo o negócio internacional e a Seara (cerca de 85% da receita estimada de 2016), criando uma nova entidade chamada JBS Foods International que será listada na NYSE com BDRs (Brazilian Depositary Receipts) no Brasil. O plano é manter a JBSS3 listada, continuando somente o negócio de bovinos Brasil nesta estrutura. Com isso, os atuais acionistas de JBSS3 receberão ações JBS Foods International numa base pro-rata. Os atuais controladores da JBS irão trocar (parte ou toda) a posição que hoje tem na JBS Brasil em ações da JBS Internacional em um ratio que será determinado depois de 20 dias de negócios da JBSFI.

Os minoritários terão essa mesma oportunidade limitado a um montante que permita manter free float (ações em circulação no mercado) de JBSS3 de pelo menos 25%. Segundo o BTG Pactual, todo esse movimento é para tentar segregar os ativos e listá-los de forma geográfica afim de destravar valor nas operações. “Vemos essa operação como positiva, uma vez que tem um potencial enorme a ser destravado. O fato de ser listado nos Estados Unidos também exigirá que a empresa tenha um forte nível de governança”, comentaram. 

Exportadoras 
Depois de bater o menor patamar desde maio de 2014 na última sexta-feira, as ações da Fibria (FIBR3, R$ 19,49, +5,47%) dispararam nesta sessão, embora o dólar tenha amenizado os ganhos frente ao real nesta tarde. As demais ações do setor de papel e celulose – que também ganham com a alta do dólar – subiram forte na Bolsa, casos de Klabin (KLBN11, R$ 16,33, +4,35%) e Suzano (SUZB5, R$ 9,67, +5,34%). Neste momento, o dólar futuro registrava alta de 0,13%, a R$ 3,195.  

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Small caps 
Duas small caps que dispararam mais de 150% “sem motivo” na semana passada, devolveram parte dos ganhos nesta sessão. Foram elas: Tectoy (TOYB4, R$ 3,47, -22,02%) e Vulcabras Azaleia (VULC3, R$ 2,90, -21,62%).  

Embora tenha registrado movimento mais ameno, as ações da IGB Eletrônica (IGBR3, R$ 2,33, -9,69%), dona da Gradiente, e Contax (CTAX3, R$ 2,33, -7,91%), que também subiram forte nos últimos dias, caíram nesta sessão. 

Cemig (CMIG4, R$ 9,46, +1,18%) 
A Cemig quer baixar dívida vendendo ativos, disse o presidente da empresa Mauro Borges. A companhia considera abrir mão de parte ou de toda sua participação na Light (LIGT3, R$ 15,28, +0,53%), Taesa (TAEE11, R$ 23,48, +5,77%), Gasmig e hidrelétricas de Belo Monte e Santo Antonio, disse ele ao jornal. O prazo estimado para concluir transações é o fim de 2017. Vale lembrar que hoje à noite será divulgado o balanço da Taesa. 

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Conversas com potenciais compradores já começaram e envolvem companhias da Europa, EUA, Japão e China, algumas delas ainda não atuam no Brasil, segundo o jornal sem revelar nomes das empresas. Vale ressaltar que, em 3 de agosto, a Cemig submeteu ao conselho proposta de venda de ações da Taesa.

CVC (CVCB3, R$ 21,85, -3,66%)
Segundo matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, a oferta de ações da CVC, que terá seu preço fechado na quarta-feira, está com demando boa, com mais da metade do volume colocado à venda pelos principais acionistas já coberto. As expectativas são de que a operação possa movimentar cerca de R$ 1,3 bilhão. Conta a nota que uma ancoragem de um grande investidor já não é mais vista como necessária. 

Alpargatas (ALPA4, R$ 11,21, +0,54%)
A Alpargatas, dona da marca Havaianas, registrou um lucro líquido de R$ 60,2 milhões no segundo trimestre, o que representa uma alta de 30,9% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a Alpargatas, foi um resultado de forte crescimento em vendas no mercado interno, principalmente de Havaianas, e de ganhos em produtividade.

Já a receita líquida avançou 8,4% no período, atingindo R$ 1,01 bilhão, com as vendas no Brasil crescendo 18,5% em receita, para R$ 570,5 milhões. No mercado internacional, as vendas tiveram alta de 0,8%, para R$ 220,0 milhões. Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) subiu 4,3% no segundo trimestre, chegando a R$ 108,1 milhões.

Telecoms
Com os balanços do 2° trimestre divulgados, o BTG Pactual atualizou suas projeções para as empresas do setor de telecomunicações. O banco elevou o preço-alvo dos papéis da Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 46,37, -0,90%) para R$ 55,00, mantendo-os como seus top picks do setor e recomendação de compra. Já a TIM (TIMP3, R$ 8,28, +1,47%) teve target mantido em R$ 8,00, com recomendação neutra. 

Segundo analistas do banco, o novo preço-alvo de Telefônica reflete o bom momento da companhia, tendo reportado um resultado forte, com crescimento de ebitda de 7% na comparação anual. Para eles, mais importante do que o resultado em si, foi a revisão (para cima e de novo) das sinergias esperadas da integração com a GVT. Já sobre o resultado da TIM, eles comentaram que veio “sem surpresas”, confirmando a visão de que o 2° trimestre pode ter marcado um ponto de inflexão. 

Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 2,77, -7,67%)
A Fertlizantes Heringer, uma das principais produtoras de fertilizantes do país, afunda nesta sessão, após ver seu prejuízo cair em 10,8% no segundo trimestre em comparação com um ano antes, para R$ 33,28 milhões. Na mínima do dia, as ações da companhia desabaram 13,0%, a R$ 2,61. O movimento é acompanhado por um forte volume financeiro, que atinge neste momento R$ 375,8 mil, contra média diária de R$ 513,2 mil dos últimos 21 pregões.

A companhia viu sua receita líquida ficar em R$ 994,8 milhões, queda de 19,7% na mesma base de comparação, enquanto o Ebitda ficou negativo em R$ 10,22 milhões, ante Ebitda também negativo de R$ 4,4 milhões no 2º trimestre de 2015. 

Vale (VALE3, R$ 18,98, +0,05%; VALE5, R$ 15,74, +0,77%)
As ações da Vale subiram nesta sessão seguindo os preços do minério de ferro. A commodity subiu 1,4% nesta segunda-feira no porto Qingdao, na China, a US$ 61,56 a tonelada. 

Além disso, a Vale ressaltou que “continua estudando alternativas de desinvestimento, inclusive de ativos core, e atração de recursos, em linha com a sua estratégia anteriormente comunicada ao mercado”. O comunicado veio em resposta a uma notícia do jornal Folha de S. Paulo, que afirmava que a mineradora pretendia levantar US$ 10 bilhões com uma venda futura de minério de ferro. 

Apesar disso, a companhia disse que não há nenhuma novidade. “Ressaltamos que, sobre tais assuntos, ainda não há qualquer fato que enseje em divulgação ao mercado, nos termos da legislação em vigor”, disse a Vale em comunicado.

Smiles (SMLE3, R$ 51,00, -3,26%)
Henrique Constantino renunciou aos cargos de vice-presidente do conselho e de membro dos comitês de Auditoria e Finanças e de Gestão de Pessoas e Governança Corporativa da Smiles, segundo comunicado. O Conselho aprovou indicação de Joaquim Constantino Neto, atual membro efetivo do conselho, para substituir Henrique Constantino como vice-presidente do conselho e elegeu ainda Ricardo Constantino, também atual membro efetivo do conselho, para o comitê de Gestão de Pessoas e Governança Corporativa; 

Cargos ocupados por Henrique Constantino no conselho e no comitê de Auditoria e Finanças “permanecerão vagos até a eleição dos substitutos nos termos do estatuto social e da legislação aplicável, sem prejuízo do normal funcionamento dos mesmos”

BB Seguridade (BBSE3, R$ 29,97, -1,02%)
A BB Seguridade caíram apesar do balanço ter vindo bom, na visão dos analistas. O Credit Suisse destacou como positivo o crescimento de 28% na linha de plano de pensão, enquanto analistas do Safra comentaram que gostaram do resultado, especialmente do mix do resultado. “Foi o maior lucro trimestral da companhia, com 29% vindo do resultado financeiro e o saldo sendo operacional, o que foi um bom indicador”, disseram. 

A companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 1,09 bilhão entre abril e junho, o que corresponde a uma queda de 10,57% em comparação com o mesmo período no ano anterior, quando o resultado atingido foi de R$ 1,22 bilhão. O ROE ajustado no segundo trimestre foi de 55,2% ante 55,9% na comparação anual. A companhia também cortou estimativa para expansão do lucro em 2016 da faixa de 8% a 12% para 4% a 8%. O possível aumento nos impostos, a possibilidade de corte na taxa de juros e a incerteza sobre as vendas na linha de seguros são citados como justificativas para tal mudança.

Em release enviado à imprensa, a companhia ressaltou o resultado no acumulado do primeiro semestre, puxado sobretudo pelo incremento das receitas de investimentos em participações societárias, com destaque para os segmentos de Distribuição, Previdência, Capitalização e Vida, Habitacional e Rural. No período, o resultado financeiro líquido combinado, mostra o demonstrativo da companhia, cresceu 7% e representou 31% do lucro líquido.

Mills (MILS3, R$ 5,99, +7,16%)
As ações da Mills dispararam e operaram entre leilões na Bovespa nesta tarde, marcando seu segundo dia de forte valorização. No período, a alta acumulada é de 10%. O movimento ocorre após a companhia ter reportado um balanço fraco do 2° trimestre na semana passada, que levou seus papéis para queda de 5,56% na última quinta-feira. 

A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 20,9 milhões no segundo trimestre, o que representa uma alta de 156% em relação às perdas de R$ 8,2 milhões do mesmo período de 2015. De acordo com o balanço, os números foram impactados pela piora no desempenho operacional, além de provisões e despesas não recorrentes. Segundo o Credit Suisse, o resultado veio fraco, com pressão nos volumes e preços, levando uma queda de 29% na receita na comparação anual. Apesar do trimestre desafiador, o banco destacou o papel como um dos nomes que mais devem se beneficiar com a recuperação dos investimentos no Brasil.