Núcleo da inflação no Japão se estabiliza em 3,1% em agosto, com alimentos em alta

Foi o 17º mês seguido que a taxa ficou acima da meta de 2% perseguida pelo Banco do Japão; preços de alimentos subiram 9,2%

Roberto de Lira

(Getty Images)
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O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Japão, que exclui as variações de alimentos frescos, atingiu 3,1% em agosto, idêntica à do mês anterior, de acordo com dados oficiais divulgados nessa sexta-feira (22). Foi o 17º mês seguido que a taxa ficou acima da meta de 2% perseguida pelo Banco do Japão.

A taxa do principal indicador da inflação japonesa permaneceu inalterada em relação a julho após os preços de energia caírem 9,8% em relação ao ano anterior.

O supernúcleo dos preços, que reflete a tendência inflacionária subjacente, eliminando tanto os preços voláteis da energia como o dos produtos alimentares frescos, subiu para 4,3%, com a taxa de crescimento também inalterada em relação ao mês anterior.

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“A pressão inflacionária não enfraqueceu em nada à medida que os preços dos alimentos continuam a subir”, disse Shingo Ide, estrategista chefe do Instituto de Pesquisa NLI, em entrevista ao jornal The Japan Times. “As empresas ainda não repassaram totalmente o aumento dos custos aos consumidores, por isso devemos esperar que esta tendência continue por enquanto”, comentou.

Os preços dos alimentos subiram 9,2% no mês, à medida que o aumento dos custos dos materiais e dos transportes jogou para cima os preços de uma vasta gama de produtos, como frango frito e congelados. Já os bens duráveis ​​tiveram um aumento de 3,0% em agosto.

As taxas de hospedagem aumentaram 18,1% à medida que mais pessoas viajaram durante a temporada de férias de verão, depois que as restrições relacionadas à covid-19 foram totalmente removidas.

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As tarifas de comunicação móvel subiram 10,2% ,devido a uma mudança nos planos de tarifas de algumas operadoras.

Os custos da eletricidade e do gás urbano caíram 20,9% e 13,9%, respectivamente, graças a medidas governamentais, enquanto o preço da gasolina subiu 7,5%.

Um funcionário comentou disse que o governo continuará a monitorar de perto os custos de energia, uma vez que o preço de recursos como o petróleo bruto apresenta tendência de alta.

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O aumento dos preços continua a ser um golpe para os consumidores no Japão, onde o aumento dos salários não acompanhou o aumento dos custos dos bens e serviços. Os salários reais do país caíram pelo 16º mês consecutivo em julho, segundo dados do governo.