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A transformação digital acelerada pela pandemia de Covid-19,e seus impactos na cultura das empresas foram temas de um workshop promovido pela XP na conferência online âJuntos 2021: inspirando, desenvolvendo e conectando talentos negrosâ, organizada pela consultoria McKinsey neste final de semana.
O painel âA transformação digital é uma transformação culturalâ contou com as participações de Wesley Miquelino, gerente de ESG da XP, e Caroline Becker, gerente da transformação da companhia.
Miquelino definiu o conceito de “cultura” como o conjunto de premissas que direcionam comportamentos, atitudes e a tomada de decisões dentro das empresas.
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São princÃpios âintangÃveisâ, mas que se manifestam na forma da estrutura organizacional da companha â hierarquizada ou horizontal â e nos processos â como é a interação entre as áreas, se há interdisciplinaridade e como as decisões são tomadas.
Eles se manifestam também como elementos tangÃveis, como a aparência e a disposição das instalações fÃsicas. Salas individuais para diretores e baias fechadas para funcionários indicam uma estrutura hierarquizada; já espaços abertos apontam para uma organização mais horizontal.
A cultura não é monolÃtica, pode mudar por diversos fatores, por demandas do mercado ou alterações na própria estratégia da empresa. A transformação da cultura corporativa costuma ocorrer quatro etapas, segundo Miquelino: definição de objetivos, identificação de prós e contras, ajustes de mecanismos como os processos internos e implementação.
A última é a mais difÃcil. âNesse momento, a coerência é fundamentalâ, afirmou.
Trabalho remoto
A adoção cada vez maior de ferramentas digitais é um fator significativo de transformação, conforme a pandemia tornou evidente. A Covid obrigou as empresas a passarem direto à implementação, frente a fatores externos e imprevisÃveis.
âAlguns elementos de reforço da cultura deixaram de estar disponÃveis. O escritório dizia muita coisaâ, observou Miquelino.
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Além da aparência do local de trabalho, ele citou o contato direto entre os colegas, o processos de integração â profissionais contratados durante a pandemia não conhecem seus pares pessoalmente â e até interações informais, como a hora do cafezinho ou a happy hour. âSão processos de reconhecimento que se perderam e precisaram ser substituÃdos nas corporaçõesâ, comentou o executivo.
Caroline acrescentou que a transformação digital já era a âgrande protagonistaâ da busca das empresas por mais agilidade como vantagem competitiva, além da capacidade de adaptação a novos cenários e estruturas mais horizontais, com maior autonomia nas tomadas de decisão. âA pandemia é um super exemplo de adaptaçãoâ, disse.
Em pouco tempo, as empresas e as pessoas tiveram de se adaptar ao modelo de trabalho remoto que, mesmo com o arrefecimento da Covid, deve seguir 100% ou parcialmente, dependendo da organização.
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Esse processo ainda está em andamento e vai demandar muita sintonia até ser encontrado um balanço saudável entre casa e trabalho. Se os profissionais em trabalho remoto não perdem mais tempo com transporte e podem se dedicar mais a afazeres pessoais, a barreira entre vida pessoal e profissional ficou mais fina.
Conselhos para o home office
Nesse sentido, Becker deu alguns conselhos para quem está trabalhando em casa.
Em primeiro lugar, uma boa infraestrutura é essencial: computador, fones de ouvido, sinal de internet e um espaço que garanta posição confortável para o trabalho.
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Depois é preciso fazer ajustes na rotina, para separar o pessoal do profissional. âà colocar o combinado na mesaâ, destacou a gerente. Ou seja, lembrar e cumprir os horários combinados.
Ir ao trabalho, circular pela empresa, sair para almoçar são atividades fÃsicas. Em casa, isso não acontece. Ela sugere a realização de exercÃcios. Comer e ingerir lÃquidos. Sozinhos, tendemos a não prestar tanta atenção em pausas para almoço ou intervalos.
Disciplina é a palavra-chave, pois em casa há também muitas distrações, como filhos, animais, TV, troca de mensagens com amigos etc.
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Becker recomenda a Técnica Pomodoro, que consiste em alternar 25 minutos de trabalho com cinco de pausa por quatro vezes consecutivas, sendo que na última a pausa deve ser maior, de até 15 minutos.
Para ela, esse modelo induz disciplina e evita que a pessoa se ocupe com diferentes coisas ao mesmo tempo.
Outra dica é usar as ferramentas de comunicação da empresa para de fato se comunicar com os colegas, pois o trabalho remoto limitou as interações. A ideia é marcar conversas individuais, conhecer as pessoas e trocar ideias.
A empatia é importante: é preciso lembrar que do outro lado está uma pessoa passando pelos mesmos problemas.
Nas reuniões, convidar somente quem precisa, se preparar, evitar muitos tópicos, assumir responsabilidades e definir os próximos passos. à importante respeitar os horários, pois a tolerância a atrasos tende a ser menor em conversas online.